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quinta-feira, 27 de março de 2025

EM JESUS AMIGO TEMOS

    A história nos registra os feitos de um irlandês chamado Joseph Scriven (1819-1886). Ele era um apaixonado por artes. Era um jovem de boa vida, de boa família, de boa situação financeira, um jovem com boa educação e com uma vida alegre.

    Porém a vida lhe deu um duro golpe, exatamente no dia anterior do seu tão esperado casamento. Sua noiva morreu afogada! Os sonhos daquele jovem Joseph ficaram no passado e, por um bom tempo, sua vida tornou-se cinzenta e melancólica.

    Tentando reconstruir sua vida, o jovem irlandês rumou para o Canadá. Lá viveu uma vida dedicada a auxiliar as pessoas, abrindo mão até mesmo de pagamentos pelos seus serviços. O pessoal de lá até o apelidou de “bom samaritano”.

    No Canadá Joseph descobriu um novo amor e, ainda noivo, viu novamente suas alegrias e sonhos se desfazerem da noite para o dia. Sua noiva adoeceu gravemente e faleceu de pneumonia. Marcado por estes grandes sofrimentos, Joseph faleceu em 1886, já frágil e enfermo.

    Porém, antes de falecer, ele usou sua paixão pela arte e escreveu uma bela poesia para confortar sua distante mãe, preocupada e aflita com a situação do seu filho. As palavras desta consoladora poesia foram transformadas em uma linda canção, que conforta e anima nos dias difíceis. Segue abaixo as palavras daquela poesia, que se encaixou muito bem como uma preciosa confissão de fé e eternizada em nossos lábios e instrumentos musicais:

    "Em Jesus amigo temos, que sofreu a nossa dor, e nos manda que levemos os cuidados ao Senhor. Falta ao coração dorido gozo, paz, consolação? Leva, ó coração ferido, tudo a Deus em oração! Andas fraco e carregado de cuidados e temor? Vai ao Salvador amado, vai com fé teu mal expor. Busca o teu melhor amigo, fala a Cristo em oração! Nele encontras terno abrigo e repouso na aflição. Cristo é verdadeiro amigo, disto provas nos mostrou quando, para ter consigo os culpados, se humanou. Veio, com seu sangue puro, dos pecados nos lavar. Paz na terra e, no futuro, vida eterna vai nos dar!"

    Então fica a dica: em Jesus amigo temos. Joseph experimentou profundas dores e encontrou em Jesus consolo e vida eterna. Desfrute você também do Salvador que quer cuidar dos corações feridos e aflitos. O coração está pesado? Então que tal cantarolar a poesia de Joseph? 

Pastor Bruno Serves - CEL Cristo, Candelária RS

quinta-feira, 27 de fevereiro de 2025

UM TESOURO REVELADO

Um verdadeiro tesouro foi encontrado em um local importante para a Reforma Luterana. Pesquisadores encontraram 816 moedas na Igreja de Santo André, em Eisleben, Alemanha. Essa foi a igreja onde Martinho Lutero realizou seus últimos sermões e onde ele foi velado, já que ele faleceu em sua cidade natal, a própria Eisleben. Essas moedas que lá foram encontradas são do ano 1640, cerca de 100 anos após a morte de Lutero.

Esse tesouro foi encontrado dentro de uma perna de uma estátua de arenito. Foi descoberto por acaso, durante um trabalho de restauração. Os pesquisadores acreditam que essas moedas foram escondidas em tempos difíceis de guerras e saques. E, por fim, ficaram ali esquecidas até o ano de 2022, quando foram descobertas e tornadas públicas apenas ao final do ano passado.

Vejam só que coincidência. Um tesouro escondido foi descoberto em uma igreja tão importante para Lutero e a Reforma Luterana. Justamente essa foi a luta iniciada lá em 1517, em Wittenberg. Trazer ao centro da igreja cristã o tesouro que estava escondido! Tesouro que não eram moedas, mas a Palavra de Deus. Em tempos sombrios, onde se ensinava que uma alma era salva quando se ouvia o tilintar das moedas pagas pela compra do perdão, a Reforma Luterana colocou em evidência a riqueza do perdão dos pecados que há somente em Jesus, pela fé, a partir da graça e da misericórdia de Deus.

Ah, como precisamos desse tesouro em evidência, ainda hoje. Ao mesmo tempo em que há uma crescente sede por algum tipo de espiritualidade, também há o consumo de conteúdo estranho e questionável. Doutrinas que tiram Cristo do centro. Ensinos que, ao invés de libertar, aprisionam impondo terrores de consciência. Materiais famosos que mais parece um conteúdo barato de autoajuda do que meditações de excelência na Palavra de Deus. Lutero e a Reforma nos ensinam, ainda hoje, a mergulharmos nesse tesouro das Escrituras e, por ela enriquecidos, sabermos qual conteúdo convém oferecer ao nosso coração.

Então fica a dica: “os teus ensinamentos são a minha riqueza para sempre; eles são a alegria do meu coração” (Salmo 119.111). Falando nisso, já desfrutou do seu tesouro hoje?

Pastor Bruno Serves - CEL Cristo, Candelária RS

quarta-feira, 31 de julho de 2024

ADEUS

Ah, como é difícil dizer adeus. Adeus, diz o recém aposentado para seus colegas e sua rotina de trabalho de uma vida inteira. Adeus, diz a mãe naquele abraço apertado na filha que está voando para fora do ninho em busca de seus sonhos. Tá certo, nem sempre dizer adeus é doloroso. Afinal, adeus também se diz com sorriso no rosto e com gratidão para as visitas de longe que já estão dentro do carro, rumando ao horizonte.
      Mas há um adeus que dói mais do que qualquer dor. É a dor das dores. É o adeus carregado de luto, sofrimento, lágrimas, questionamentos e porquês. E, como pastor, infelizmente já ouvi tanto deste adeus, balbuciado em meio a choros e lamúrias. Este adeus dói de forma intensa, latejando no coração, por vezes mais brando, por vezes de forma intensa e destruidora.
      Por mais que o adeus nos conduza a sentimentos de saudade e dor, quando mergulhamos na sua etimologia, vamos ver um brilho de consolo e paz – como os primeiros raios de sol que rompem um céu cinzento e pesado de inverno. Adeus significa, literalmente, a Deus, ou seja, entrego-te a Deus. Há quem diga que esta expressão tenha nascido do trabalho de religiosos que, há séculos, diante de uma enfermidade irreversível, utilizavam a frase "a Deus vos recomendo" como forma de despedida e de encomendação do moribundo. Algo que depois, no popular, resumiu-se a um simples adeus.
      Em um adeus podemos ter uma fagulha de consolo. Consolo que brota da própria Palavra de Deus, quando ela nos convida no Salmo 37.5: "Entrega o teu caminho ao SENHOR; confia nele, e ele tudo fará". Adeus não é simplesmente dizer um "tchau, até mais". Adeus é literalmente um entregar a Deus e confiar nos seus cuidados. Adeus é entregar e confiar. Ele cuidará da nova etapa na vida. Ele cuidará da filha que está saindo de casa e dos pais que agora ficam diante do ninho vazio. Ele cuidará da viagem de retorno ao lar. Ele cuidará de tudo. Adeus é um exercício de confiança, não na nossa força, mas nos cuidados do SENHOR.
      Entregar a Deus nosso caminho, confiar, e ele tudo fará. Isto se aplica também ao adeus mais dolorido, o adeus banhado em luto. A Deus entregamos a vida que se foi e a dor que nos acompanhará. E o mais, ele fará. Ele nos consolará com sua Palavra e com calor humano. E, na ressurreição do salvador Jesus, o SENHOR já nos deu amostra do que fará. Ele irá ressuscitar todos os mortos. Os que creram serão salvos, os que o rejeitaram serão condenados. E então este adeus mais doloroso será plenamente consolado.
Então fica a dica: vivamos a vida nesta confiança. A Deus entregamos tudo e confiamos no seu cuidado. Mas lembre-se: sem Jesus, o adeus torna-se somente uma expressão vazia. Mas com Jesus, o adeus é algo que nos remete a graça e aos cuidados de Deus.
Rev. Bruno Serves | CEL Cristo, Candelária-RS

sexta-feira, 24 de maio de 2024

TRINDADE - UM PILAR INEGOCIÁVEL

    O brasileiro é o povo com um dos maiores índices de crença no mundo. Isto não é novidade. Porém, nesta mistura de crenças e de credos, há um dado que chama a atenção. Um estudo elaborado em 2023 pela Global Religion destacou que 30% dos brasileiros estão em uma denominação religiosa diferente da qual faziam parte quando crianças. Desta migração entre igrejas, 20% se deu após a pandemia. Fatores para esta migração vão desde divergências sobre o ensino, desentendimentos com lideranças e, principalmente, a busca pela salvação.

    Em meio a este vai e vem, há algumas marcas da sociedade pós-moderna. Se por um lado existe a crença em um ser superior, há também a superficialidade no crer e no aprofundamento de uma vida cristã. Por vezes, é mais interessante ouvir um showman que conduz um espetáculo do que ouvir um líder que fale da cruz. Nesta sociedade de verdades líquidas, infelizmente alguns pilares da fé cristã são tidos como ultrapassados, tornando-se obsoletos e desencadeando uma busca por um crer que se adapte às expectativas.

    Em meio a tudo isto, este final de semana nos convida a refletir sobre quem é Deus. Isto porque neste final de semana a cristandade celebra o dia da Santíssima Trindade. Um Deus que não é privatizado e criado à bel prazer dos desejos do nosso coração. Para conhecer este Deus, é preciso ir à fonte de ensino. Ao invés de olhar para o coração, é preciso olhar para a Bíblia. Nela é revelado o Deus que é Pai, Filho e Espírito Santo.

    Mas não nos enganemos. Até mesmo esta fórmula sólida biblicamente é atacada pela infiltração do pós-modernismo. Não é raro ouvirmos denominações incluindo um “mãe” na fórmula da Trindade. Ou até mesmo querendo falar sobre uma “quaternidade santa”, ao incluir a mãe de Jesus e assim adulterando o que ele mesmo nos ensinou em Mateus 28.19: “em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo”.

Então fica a dica: em meio a esta migração denominacional e de doutrinas duvidosas, não abra mão do pilar que é a Santíssima Trindade. Assim, “que a graça do Senhor Jesus Cristo, o amor de Deus e a presença do Espírito Santo estejam com todos vocês!” (2 Coríntios 13.13).

Pastor Bruno Serves

CEL Cristo, Candelária-RS

sexta-feira, 10 de maio de 2024

EM MEIO AO CAOS, UMA PROMESSA

    Medo. Substantivo masculino. Um estado emocional de perigo, de ameaça e de uma preocupação com determinado fato. Medo. Palavrinha que se repete constantemente aqui no sul do Brasil nos últimos dias. Somos a geração que precisa conviver com o medo. Não bastasse uma pandemia, somos a geração da maior catástrofe natural do Rio Grande do Sul e, quem sabe, do Brasil.

    Por onde passam, estas águas deixam marcas profundas. Não só em infraestruturas, pontes, rodovias. Estas, se constroem novamente. Mas as marcas deixadas no coração, na mente e no bolso ficarão por muitos anos. Ao ponto de sons de trovoadas e de uma simples chuva transformarem-se em gatilhos para ruir a saúde mental.

    Em meio a este caos gaúcho, eis que surge uma voz. Uma voz suave que surge em meio ao barulho de helicópteros, sirenes, gritos dos socorristas. Uma voz que é como uma ilha de conforto. Que fala diretamente aos corações angustiados. E que diz: “Não fiquem com medo, pois eu estou com vocês; não se apavorem, pois eu sou o seu Deus. Eu lhes dou forças e os ajudo; eu os protejo com a minha forte mão” (Isaías 41.10).

    No tirar o lodo de dentro da casa, eu estarei com vocês. No chorar vendo um nada onde antes havia um lar, eu estarei com vocês. No não saber se será possível recomeçar, eu estarei com vocês. Promessa que é sublinhada por Jesus, o Salvador. Nesta quinta, dia 9, foi celebrada sua ascensão. Mas, antes de subir aos céus, ele reforçou: “eu estou com vocês todos os dias, até o fim dos tempos” (Mateus 28.20).    

    Sua ascensão nos lembra de que, um dia, o Salvador voltará. Os sinais estão diante de nossos olhos. A criação em colapso. Saques e assaltos em meio à tragédia revelam a maldade humana. Guerras que perduram. O clamor está no ar: arrependa-se dos seus pecados e creia em Jesus. Ainda há tempo.

    Então fica a dica: Deus ama esta geração que, mesmo que esteja dentro do seu reino de salvação, ainda caminha em meio ao caos e ao medo. E a estes corações ele diz: “Não fiquem com medo, pois eu estou com vocês; não se apavorem, pois eu sou o seu Deus”. 

Pastor Bruno Serves - CEL Cristo, Candelária-RS

quinta-feira, 14 de setembro de 2023

FELIZES OS QUE CHORAM, POIS DEUS CONSOLARÁ

 Sempre que nos vemos diante de tragédias, logo afundamos nosso coração em questionamentos. Sejam tragédias pessoais, familiares ou de grande comoção, como está sendo para o Vale do Rio Taquari, no Rio Grande do Sul. É quase inevitável que surjam perguntas como “porque isto?”, ou “porque comigo?”. Por vezes, questionamos até mesmo a respeito da presença e da vontade do Senhor Deus diante destes fatos.

Poderíamos dar uma resposta rasa e comum. Deus quis assim. Ou, então, fazer a rápida associação de que, se tragédias aconteceram, é porque alguém mereceu ser punido. Mas aí lembramos do Evangelho de Lucas, capítulo 13. Galileus que foram assassinados enquanto adoravam a Deus. Ou os 18 homens que morreram tragicamente, quando uma pesada torre caiu sobre eles. Diante destes fatos, Jesus também fez perguntas. Não para achar culpados. Mas para nos ensinar a pensar diferente. Ele questionou assim: “Vocês acham que eles pecaram mais do que os outros para morrerem desta forma? Pensam que eles eram piores do que os outros moradores de Jerusalém? De forma alguma!”. E como não lembrar do apóstolo Paulo que, clamando a Deus pela cura de sua enfermidade, ouviu um não de Deus e uma resposta tão profunda e complexa: “a minha graça te basta” (2 Co 12). Mesmo com a graça de Deus transbordando em sua vida, ele precisou conviver com sua tragédia pessoal. E como não lembrar também dos discípulos de Jesus que, à exceção de João, foram cruelmente assassinados?

As enfermidades, perdas e tragédias nos acordam para uma triste realidade. O pecado arruinou toda a criação de Deus. Consequências disto? Nossa vida é frágil, finita, exposta a todos os tipos de males e aflições. A natureza, também arruinada, convulsiona e geme à espera da volta de Jesus. Mesmo que estejamos com os dois pés dentro do Reino do amor e da misericórdia de Deus, os dias se dão nesta vida onde tragédias e perdas são constantes.

A fé cristã não nos blinda dos males desta criação arruinada. Cristãos também choram. Perdem. Adoecem. Sofrem com o luto. Isto é real. O que é artificial e nocivo é a falsa ideia de que o crer nos coloca em uma caixinha de acrílico, garantindo prosperidade, curas e sucesso. Cristãos também são atingidos por alagamentos e enxurradas. Como também há cristãos que precisam passar por quimioterapias, uso de Rivotril, acompanhamento psicológico para enfrentar um pesado luto. O Reino que Jesus nos deu não é aqui. Pelo menos, por enquanto.

Então fica a dica: “Felizes as pessoas que choram, pois Deus as consolará” (Mt 5.4). Sim, eu sei. Parece tão paradoxal esta promessa de Jesus. Mas ela é para mim e para você. Vem, Senhor Jesus!

Pr. Bruno Serves

sábado, 19 de agosto de 2023

NÃO TENHO TEMPO

Não tenho tempo. Este frase já virou bordão. Um clássico diante de agendas cheias e compromissos mil. A impressão é de que a vida moderna, com seus compromissos infindáveis, encurtaram as 24 horas, os 7 dias da semana, os 12 meses de um ano.  

Certa vez, em um programa de rádio, ouvi alguém falar algo sobre o não ter tempo. A ideia era de que esta frase, muitas vezes, tornou-se uma desculpa, uma fuga diante de algo que não é do nosso interesse. O que acontece é que há momentos, atividades e compromissos que não estão dentre nossas prioridades. Se estivessem, certamente arranjaríamos tempo para elas. 

Não sei se você concorda com isto ou não. Confesso que achei bem interessante. Organizamos nossa agenda de acordo com nossas prioridades. E Deus nos deu liberdade para isto. Dentro das 24 horas, podemos fazer escolhas. Tempo para o trabalho. Para os estudos. Para a família. Para cuidar de si mesmo. Para descansar e se divertir. Para dormir. E, por que não, tempo para o Senhor Deus. Para ler sua Palavra. Para orar. Para estar no culto.  

Quando não é prioridade o estar em família, facilmente a agenda estará lotada de atividades que afastarão de casa. Quando o cuidar de si mesmo não está nas prioridades, não teremos tempo para uma caminhada, uma corrida, um futebol com os amigos. Quando não for prioridade o ler e ouvir a Palavra do Senhor, especialmente no culto, realmente não haverá tempo para Deus. Afinal, este tempo precioso já estará ocupado com outras atividades. Viagens. Esportes. Lazer. Descanso. Não que estas e outras atividades sejam erradas. Claro que não. São bênçãos de Deus. Mas quando elas nos furtam o tempo de ouvir a voz de Jesus, aí temos um sério problema. Não de agenda. Mas de prioridades. 

Através do terceiro mandamento, Deus nos convida a ter tempo para ele. É tempo precioso. De ouvir a voz do Bom Pastor Jesus. De alimentar o coração no perdão dos pecados. De, literalmente, ser servido por Deus no culto. Servido com a fé em Jesus, fé única, que traz salvação. Não desperdice este tempo. Agora é a hora de ouvir Jesus. Quando ouvir a voz do Salvador é prioridade, sempre teremos tempo para ele. Mesmo diante dos infindáveis compromissos. 

Então fica a dica: “felizes são aqueles que ouvem a mensagem de Deus e obedecem a ela” (Lucas 11.28).  

Pastor Bruno Serves | Congregação Cristo, Candelária-RS

quarta-feira, 9 de agosto de 2023

DOS CAIXAS ELETRÔNICOS À BONDADE DE DEUS

Algo bem pitoresco na infância é a relação, por vezes inocente, com o dinheiro. Lembro-me de uma vez que fui alertado pelos meus filhos, ainda pequenos, sobre a facilidade que é ir a um caixa eletrônico e pegar dinheiro. Diante desta aparente generosidade de uma agência bancária, logo veio o questionamento do porquê ainda há pessoas famintas e necessitadas no mundo, se é só passar no caixa eletrônico!  
    Bem, depois das devidas explicações de que o caixa eletrônico não é tão generoso assim, logo me veio à mente um texto bíblico sensacional. Que nos convida a sorver toda a bondade e misericórdia de Deus, em toda sua riqueza e compaixão. O texto é de Isaías 55. Neste texto, há um convite gracioso: "Escutem, os que têm sede: venham beber água! Venham, os que não têm dinheiro: comprem comida e comam! Venham e comprem leite e vinho, que tudo é de graça. Escutem-me e venham a mim, prestem atenção e terão vida nova". 
    Com uma linguagem que lembra as finanças, Deus quer ensinar a sua misericórdia. Ele convida a achegar-se diante dele os que não têm dinheiro, os sedentos. Óbvio que aqui Deus não fala do bolso, mas do coração. Ele fala para corações empobrecidos em suas culpas. Arruinados em suas idolatrias vazias. Deus convida os corações falidos na vida a se fartarem em sua riqueza, em seu amor, em seu perdão.  
    Vivemos em sua sociedade onde tantas riquezas contradizem com corações tão pobres. A ostentação nas redes sociais, por vezes, é como uma fina casca que esconde um vazio tão grande. Hoje, muitos olham-se no espelho e sentem a dor da pobreza. Não financeira, mas aquela que deixa uma vida vazia e sem sentido, mesmo que esteja mergulhada em ouro. O convite do SENHOR continua a ecoar ainda hoje. Venham! Saciem-se! Fartem-se! Refugie o pobre coração no amor e na misericórdia de Deus. Escute o SENHOR. Preste atenção à sua Palavra. A vida será nova.  
    É de graça. Completamente de graça. Isto não significa que tudo isto seja leviano ou até mesmo sem valor. Afinal, no bom popular, coisas boas custam caro. O nosso perdão custou caro. Custou uma vida. Sangue derramado. Não foi o meu, nem o seu. Nosso sangue é desvalorizado, incapaz de comprar perdão. Foi o rico sangue precioso de Jesus derramado na cruz. A morte e ressurreição de Jesus garantem perdão e salvação a todo aquele que nele crer.  
    Então fica a dica: vinde, saciemos nosso pobre coração na misericórdia de Deus. Vinde, ouçamos o SENHOR. Vinde, tenhamos vida através de Jesus. É de graça. Ao contrário dos caixas eletrônicos que despertam a curiosidade das crianças. 

sábado, 20 de maio de 2023

TODOS OS CAMINHOS LEVAM A DEUS?

    Todos os caminhos levam a Roma. Eis aí uma expressão já surrada e antiga. Dá-nos a ideia de que todas as alternativas levam ao mesmo lugar, ao mesmo resultado.
    Não por acaso. Nos tempos áureos do Império Romano, supõe-se que havia cerca de 80 mil quilômetros de estradas. Eram frutos de engenharia avançada para a época. Serviam como meios pelos quais os mensageiros levavam ordens e decretos a todas as partes do Império. 
    Assim, todos aqueles caminhos realmente levavam a Roma.
    Todos os caminhos levam a Roma. Todos os caminhos levam a Deus. Expressões parecidas, não é mesmo?
    Refletem uma forma de se pensar Deus de uma forma genérica, ampla, geral. Todas as religiões levam a Deus. Toda forma de caridade e amor levam a alguma divindade. Toda prática do bem leva ao encontro de um ser superior. 
    Ah, e nesta forma de pensar, esta divindade pode até ser formatada de acordo com minhas convicções, gostos e amores. Bem ao estilo da sociedade líquida e pós-moderna.
    Enquanto a cultura popular vê que todos os caminhos levam a Deus, há alguém que se identifica como único caminho. Fora do qual, não há salvação. Jesus nos diz em João 14.6: "Eu sou o caminho, a verdade e a vida, ninguém pode chegar até o Pai a não ser por mim".
    Esta exclusividade choca. Não há outros meios. Não há outros caminhos. Apenas Jesus é fonte de perdão e salvação. 
    Com Jesus, estamos no caminho que nos dá vida eterna. Sem Jesus, estamos perdidos pelas estradas da vida em busca de algo que nunca iremos encontrar.
    Ainda há tempo de mudar. Arrependa-se dos seus pecados. Creia em Jesus. Sob a óptica da fé crista, o amor, as boas ações e a empatia não são caminhos que levam à salvação. São frutos da fé em Jesus, o caminho que já me coloca, aqui e agora, para dentro do Reino de Deus.
    Então fica a dica: em uma sociedade tão pluralista, falar que há um só caminho para o Pai pode trazer desconfortos. 
    Porém, é melhor estar na vida eterna por crer na exclusividade de Jesus como fonte de salvação do que estar no inferno por ter crido que todos os caminhos levam a Deus. 
Pastor Bruno Serves 
Cel Cristo, Candelária-RS

quinta-feira, 4 de maio de 2023

TODOS OS CAMINHOS LEVAM A DEUS?

     Todos os caminhos levam a Roma. Eis aí uma expressão já surrada e antiga. Dá-nos a ideia de que todas as alternativas levam ao mesmo lugar, ao mesmo resultado. 

    Não por acaso. Nos tempos áureos do Império Romano, supõe-se que havia cerca de 80 mil quilômetros de estradas. Eram frutos de engenharia avançada para a época. Serviam como meios pelos quais os mensageiros levavam ordens e decretos a todas as partes do Império. 

    Assim, todos aqueles caminhos realmente levavam a Roma.

    Todos os caminhos levam a Roma. Todos os caminhos levam a Deus. Expressões parecidas, não é mesmo? 

    Refletem uma forma de se pensar Deus de uma forma genérica, ampla, geral. Todas as religiões levam a Deus. Toda forma de caridade e amor levam a alguma divindade. Toda prática do bem leva ao encontro de um ser superior. 

    Ah, e nesta forma de pensar, esta divindade pode até ser formatada de acordo com minhas convicções, gostos e amores. Bem ao estilo da sociedade líquida e pós-moderna.

    Enquanto a cultura popular vê que todos os caminhos levam a Deus, há alguém que se identifica como único caminho. Fora do qual, não há salvação. Jesus nos diz em João 14.6: "Eu sou o caminho, a verdade e a vida, ninguém pode chegar até o Pai a não ser por mim". 

    Esta exclusividade choca. Não há outros meios. Não há outros caminhos. Apenas Jesus é fonte de perdão e salvação. 

    Com Jesus, estamos no caminho que nos dá vida eterna. Sem Jesus, estamos perdidos pelas estradas da vida em busca de algo que nunca iremos encontrar.

    Ainda há tempo de mudar. Arrependa-se dos seus pecados. Creia em Jesus. Sob a óptica da fé crista, o amor, as boas ações e a empatia não são caminhos que levam à salvação. São frutos da fé em Jesus, o caminho que já me coloca, aqui e agora, para dentro do Reino de Deus.

    Então fica a dica: em uma sociedade tão pluralista, falar que há um só caminho para o Pai pode trazer desconfortos. 

    Porém, é melhor estar na vida eterna por crer na exclusividade de Jesus como fonte de salvação do que estar no inferno por ter crido que todos os caminhos levam a Deus.

    Pastor Bruno Serves - CEL Cristo, Candelária-RS

quinta-feira, 27 de abril de 2023

ESTÁS COMIGO!

    Há momentos em que, aparentemente, seja fácil perceber os cuidados de Deus. Apreciar um belo dia ensolarado. Louvar pelo nascimento de um filho. Desfrutar de uma boa saúde. Ter boas condições financeiras. Reconhecer a mão do Senhor parece ser bem mais fácil quando estamos em uma cômoda zona de conforto. Que, aliás, pode ser um conforto enganador, dando-nos a ideia de que tudo está nas nossas mãos, e não nas mãos do Senhor.

    Mas há aqueles dias em que somos arrancados para fora da zona de conforto. Os dias cinzentos e pesados. Quando a saúde preocupa. A depressão que tira o sabor da vida. A culpa e a vergonha. O desemprego. As crises. A perda de um grande amor. Um luto não resolvido. Nestas e em tantas outras situações, somos arrancadas da zona de conforto e percebemos que as coisas não estão, exatamente, sob nosso controle. Tudo parece escorrer por dentre nossas mãos. A vida. A saúde. A alegria. A paz. E agora, onde está Deus no meio disto tudo? Onde está aquele Deus que, quando mais precisei, parece estar distante e isento?

     Há uma frase dentro de um texto bíblico que é como uma joia que brilha no meio de outras joias. O belíssimo Salmo 23 é, todo ele, uma fonte de grande consolo, assegurando que há um Deus que cuida do seu povo, que guia, orienta, que é bondoso e misericordioso e que conduzirá este povo em segurança para a vida eterna. Mas, o versículo 4 deste belo Salmo diz assim: “Ainda que eu ande pelo vale da sombra da morte, não temerei mal nenhum, porque tu estás comigo”.

    Estás comigo Há alguma outra bela confissão a se fazer nesta vida? Ah, e reparem. Esta confissão é feita de dentro do famigerado “vale da sombra da morte”. Mesmo quando saímos da zona de conforto, mesmo quando estamos mergulhados em nossas tempestades pessoais, mesmo quando há dores insuportáveis na vida, a confissão continua. Estás comigo.

     Longe ser um mantra de consolo vazio e barato, confessar “tu estás comigo” é jogar-se nos braços daquele que alimenta esta confissão identificando-se como Emanuel, Deus Conosco. E que Deus é este? O Verbo que se fez carne e habitou entre nós. O Bom Pastor que deu sua vida pelas ovelhas. Jesus. Este é nome pelo qual temos perdão e salvação. Este é o Deus conosco. É o Deus que me convida a crer e a confessar: estás comigo.

    Então fica a dica: seja nos campos floridos e belos, seja nos vales de sombra e de morte, há uma certeza. Estás comigo. E quando Cristo está conosco, há perdão, vida e salvação. Seja dentro ou fora da zona de conforto. Estás comigo.

 Pastor Bruno Serves - Congregação Evangélica Luterana Cristo (IELB)

Candelária-RS

sexta-feira, 24 de fevereiro de 2023

ENCHENTE, CARNAVAL E QUARESMA

    Em meio às notícias diárias sobre a calamidade das enchentes em nosso estado e em outras regiões do país, com milhares de desabrigados e milhões em prejuízos, há uma boa notícia: o número de mortos representa uma redução de 32% em relação ao balanço do ano passado. Também foi registrada queda de 6% no número de acidentes e 2% nos feridos durante o feriadão (dados da PRF).

    E o que isso tem a ver com a enchente e a Quaresma? 

    Ora, se os prejuízos materiais, emocionais e humanos (mortes) das cheias são causados porque os rios enchem e transbordam e, também, por habitações precárias em lugares de risco (e muitas vezes pela falta de uma atuação adequada do poder público), sabemos que as mortes no trânsito no Brasil, em geral e especialmente no carnaval, devem-se em grande parte a outro tipo de “enchente” – gente cheia de bebida alcoólica, que põem em risco a própria vida e a dos outros, matando mais que as enchentes de nossos rios, que, aliás, já são esperadas a cada ano.

    Enquanto o carnaval (como muitas outras festividades no Brasil) é movido por música e consumo (ou encher-se) de álcool, o período que inicia com a quarta-feira de cinzas e dura quarenta dias (sem contar os domingos), até a véspera da Páscoa, enfatiza a reflexão, o arrependimento e o encher-se de outra coisa, segundo o texto bíblico da carta de Paulo aos Efésios: Não se embriaguem, pois a bebida levará vocês à desgraça; mas encham-se do Espírito de Deus (Ef 5.18).

    O sábio Salomão nos diz que a melhor coisa que alguém pode fazer é comer e beber e se divertir com o dinheiro que ganhou. No entanto, compreendi que mesmo essas coisas vem de Deus (Eclesiastes 3.24). Por isso o conselho de Paulo (inspirado pelo mesmo Deus de Salomão) é o da moderação, para não cair na desgraça (como as mortes do trânsito), e do encher-se do Espírito de Deus.

    Esse Espírito nos é dado por Cristo, aquele Bom Pastor do Salmo 23, sobre quem Davi diz: Ele me faz descansar em pastos verdes e me leva a águas tranqüilas. Este Cristo nos diz: Aquele que tem sede venha. E quem quiser receba de graça da água da vida. O Espírito de Deus é quem dá a vida. As palavras que eu lhes disse são espírito e vida (Apocalipse 22.17, João 6.63).

    O período da Quaresma quer nos fazer refletir sobre o que enche o coração do ser humano desde o nascimento e que levou Cristo a dar sua vida na cruz por todos nós – o pecado. Foi sofrendo e morrendo em nosso lugar que Jesus tornou-se o Pastor que nos leva a águas tranqüilas, o doador da água da vida, que nos enche com seu Espírito e dá o perdão do pecado, a vida e a salvação verdadeiras.

    Que a Quaresma nos ajude buscar a alegria que só Cristo pode dar, em seu Espírito - alegria que é firme e eterna, e não passageira e perigosa como a proporcionada pela bebida. Assim, mesmo em meio a águas que sobem e causam perdas, dor e sofrimentos, seremos aqueles de quem o profeta Isaías diz: Cheios de alegria, todos irão até as fontes e beberão da água que os salvará (Isaías 12.3).

Rev. Leandro D. Hübner – Pastor e Teólogo Luterano -

ledahu@gmail.com

sexta-feira, 30 de dezembro de 2022

ENTRAR O ANO NOVO EM PAZ

O velho Simeão estava radiante! Após anos de fidelidade ao Senhor Deus, aguardando a vinda do Messias, finalmente ele vê e pega no seu colo o menino prometido! Não havia dúvidas: o próprio Espírito Santo havia revelado ao ancião que aquele menino Jesus era o Salvador, a luz que devia vir ao mundo. O evangelho de Lucas, capítulo 2, versículo 29, registra suas palavras diante do Salvador: “Agora, Senhor... já podes deixar este teu servo partir em paz”. 
Promessas e expectativas. Ao terminar mais um ano, quantas esperanças foram cumpridas em sua vida? Quantas continuam na “fila de espera”? Às vezes nem nos damos conta de quantas coisas boas acontecem em nossa vida, mas nos queixamos da esperança que falhou. 
De todos os planos e sonhos da nossa vida, apenas um é permanente. Casa própria, saúde de ferro, saldo bancário, férias num lugar paradisíaco... fazem parte das coisas boas da vida que almejamos; e podemos até tê-las. Mas sabemos que são coisas temporárias que um dia deixaremos para trás. O que fica? Nossa relação com Deus! Se ela é boa nesta vida, não seremos decepcionados ao findar os nossos dias. 
Simeão tinha uma boa relação com Deus pela fé no Messias que viria. E Simeão não foi decepcionado na sua fé. Simeão teve a felicidade de ver o próprio Jesus! Sua fé foi concretizada e ele estava pronto para partir desta vida. 
Nossa relação é boa com Deus quando temos fé no Messias que veio: Jesus. Com ele, deixamos o velho ano para trás e entramos no novo ano na paz do Salvador. 
Oremos: Senhor, cumpriste a promessa que fizeste e já podes deixar este teu servo partir em paz. Pois eu já vi a tua salvação, revelada em Cristo Jesus, meu Salvador. Amém. 
Pastor Carlos Walter Winterle

quinta-feira, 24 de novembro de 2022

DIA MUNDIAL DE AÇÃO DE GRAÇAS

DIA MUNDIAL DE AÇÃO DE GRAÇAS, IELB OURO PRETO, PELCRISTO, PELCOPO

Salmo 67
Deuteronômio 8.1-10
1 Timóteo 2.1-4
Lucas 17.11-19 
    A boa terra produz frutos generosos para nutrir e preservar a vida. Essa boa dádiva procede da generosidade, bondade e graça de Deus (Deuteronômio 8.1-10). Por isso, em oração e súplica oferecemos ações de graças a Ele, contentes em todas as circunstâncias, gratos pelo sustento necessário para nosso corpo, alma e espírito (1 Timóteo 2.1-4). Assim também, quando Deus remove a enfermidade por meio de sua Palavra, nos enchemos de alegria em sua onipotente graça e poder (Lucas 17.11-19). 
    Lutero escreveu: “Deus nosso Senhor deseja – com toda razão – que lhe demos a honra de agradecer por todos os seus benefícios. Na verdade, deveríamos fazer isso com gosto e boa vontade, pois trata-se de algo que não exige muito esforço e trabalho. Pois quanto custa voltar-se a Deus para dizer: “Senhor, tu me deste pés, mãos, olhos, isso e mais aquilo, tudo perfeito; agradeço-te do fundo do coração por tudo isso, pois são dádivas que recebi de ti”. Por outro lado, quanto lhe custa agradecer a seu pai ou sua mãe, a seu esposo ou sua esposa, a seu próximo quando lhe fazem um favor? Não é tão custoso assim, e deveria ser feito apenas para que se possa verificar que você se agradou do que lhe fizeram... As pessoas gostam de ouvir uma palavra de agradecimento, e isso lhes faz muito bem. O agradecimento também motiva as pessoas a ajudarem mais ainda numa próxima vez... Se vocês quiserem ser cristãos piedosos, aprendam a ser gratos, primeiramente a Deus, nosso gracioso Pai celeste, que nos dá corpo e vida e os sustenta; além disso, também nos dá tudo que se relaciona com a vida eterna. Sejam também gratos a seus pais, amigos, vizinhos e todos aqueles que fazem o bem para vocês, e retribuam-lhes o bem que fizeram. Assim que, se não for possível retribuir com obras, demonstrem sua alegria e gratidão por meio de palavras.” (Devocionário Castelo Forte, 1983)

AÇÃO DE GRAÇAS POR UMA BLACK FRIDAY

Ouro preto do oeste, roNovembro nos proporciona duas datas interessantes. Porém, um tanto quanto contraditórias. De um lado, o Dia de Ação de Graças. Tempo de desacelerar, refletir, colocar na balança as inúmeras bênçãos. De outro lado, a agitação da Black Friday. Filas e atropelos pelos corredores das grandes lojas. Plantão e atenção nos grandes sites aguardando a promoção relâmpago.

Mesmo que estas datas nos apontem um certo paradoxo, ainda assim, é possível conectá-las. No Dia de Ação de Graças, podemos louvar por uma Black Friday. Antes que as conexões neurais nos induzam para uma eterna gratidão por excelentes descontos e pechinchas da Black Friday, lhe convido a viajar no tempo. E louvar não por um descontinho, mas por uma conta que foi paga. Completamente quitada!

Viajemos a uma sexta-feira onde a criação se revestiu de escuridão. "Mais ou menos ao meio dia o sol parou de brilhar, e uma escuridão cobriu toda a terra até as três horas da tarde", nos relata Lucas 23.44. Não por acaso. Deus estava na cruz. Humilhado. Debochado. Ensanguentado. Tratado como um criminoso de repúdio à sociedade. Porém, inocente. Santo. Poderoso. Digno. "Estava sendo castigado por causa das nossas maldades", já havia profetizado Isaías a respeito desta cena. E, do alto da cruz, o Cristo profere o veredito final: "Tudo está completado!" (João 19.30). Tetélestai! A dívida está paga! Está consumado! "Deus perdoou todos os nossos pecados e anulou a conta da nossa dívida, com os seus regulamentos que nós éramos obrigados a obedecer. Ele acabou com essa conta, pregando-a na cruz" (Colossenses 2.13-14).

Na Sexta-Feira Santa, a grande Black Friday. Que escancara o tamanho da culpa. Que aponta para a graça e o amor de Deus em quitar a dívida e oferecer este perdão a mim e a você. Com o coração mergulhado neste núcleo da fé cristã, não há como não viver intensamente o Dia de Ação de Graças. Não é mesmo?

O Dia de Ação de Graças nos lembra que é preciso ter um endereço para nosso louvor. Não é um dar graças ao universo. Ou às forças misteriosas da natureza. Ou, à vida! Tão pouco a uma estatua carregada por multidões. O Salmo 136 reforça o endereço do nosso louvor: "Deem graças a Deus, o SENHOR, porque ele é bom; o seu amor dura para sempre".

Então fica a dica: "Aleluia! Louvem a Deus no seu Templo. Louvem o seu poder, que se vê no céu" (Salmo 150.1).

Pastor Bruno Serves

Congregação Evangélica Luterana Cristo (IELB)

quinta-feira, 18 de agosto de 2022

A PORTA ESTREITA QUE LEVA AO REINO

Só há uma porta que nos dá acesso ao Reino de Deus. É estreita. Única. Nesta porta, há o brilho do perdão pleno dos pecados. Esta porta, tão estreita e tão específica, é ao mesmo tempo tão grande em amor e misericórdia. Personificada, esta porta tem nome. Jesus. Quem está com Cristo já está no Reino de Deus, apesar de ainda viver neste vale de aflições. Quem está sem Cristo, está fora do Reino da Salvação, mesmo que seja um ótimo cidadão. Jesus é o nome pelo qual se está dentro ou se está fora do Reino de Deus. 
A estreita porta do Reino de Deus, nesta sociedade pluralista onde “todos os caminhos levam a Deus”, corre o risco de ser politicamente incorreta. Na verdade, sempre foi assim. Desde os tempos bíblicos, o ser humano apega-se às suas mais diversas crendices. Tal como a porta da Basílica de Santa Maria de Collemaggio, em Áquila, Itália. Desde 1294, de acordo com um decreto do então Papa Celestino V, todo aquele que passar por aquela porta, no mês de agosto, terá perdão pleno dos seus pecados. Ah, quantas portas largas há diante de nós! Que anunciam um perdão vazio, sem Jesus. Que falam de prosperidade e pouco sobre arrependimento e perdão. Que cultivam a hipocrisia ao invés da mudança de vida. Que veneram criaturas, ao invés do Criador. Enquanto isto, a porta estreitíssima continua a clamar: “eu sou o caminho, a verdade e a vida, ninguém pode chegar até o Pai a não ser por mim” (João 14.6). 
E mais! O Salvador admoesta: “façam tudo para entrar pela porta estreita Pois eu afirmo a vocês que muitos vão querer entrar, mas não poderão” (Lucas 13.24). Hoje, a porta do Reino está aberta. E convidando a todos: “Este é o tempo em que Deus mostra a sua bondade. Hoje é o dia ser salvo” (2 Coríntios 6.2). Mas um dia a porta será fechada. As oportunidades cessarão. Quem tiver entrado pela porta estreita, estará na festa da salvação. Aqueles que estiverem de fora irão gritar de desespero para entrar. Mas aí, o que experimentarão não é mais o Deus misericordioso, que faz o sol nascer sobre bons e maus e que dá dias e mais dias para que haja arrependimento. Não! Os que negaram a porta estreita experimentarão o terror do castigo pleno de Deus, onde não há consolo e alívio, mas choro e ranger de dentes. 
Então fica a dica: mergulhemos de cabeça para dentro da porta estreita do Reino de Deus, Jesus! Corramos para ela com nossas culpas e dores. Suportemos as aflições da vida. Pelo Batismo, já fomos adentrados para o Reino do consolo. Se você está longe da porta estreita, não desperdice a oportunidade. Hoje, a porta está aberta. Um dia, ela será fechada. 
Pastor Bruno Serves - Congregação Evangélica Luterana Cristo (IELB) Candelária-RS

quarta-feira, 6 de julho de 2022

CONEXÃO 5G, CAUTELA E CANJA DE GALINHA

Nossa sociedade embebida em tecnologia e, por vezes, refém da mesma, está prestes a saborear a quinta geração da internet, a conexão 5G. Já inaugurada esta semana em Brasília, a conectividade 5G vai ser implantada por etapas nas demais capitais do país. Quem, assim como eu, está longe das capitais, vai precisar esperar. A Anatel estima que, até o final de 2029, a conexão 5G esteja disponível em todas as cidades brasileiras.

 

Esta nova tecnologia em internet promete revolucionar. Com uma estabilidade e velocidade muito acima do que conhecemos, a internet 5G será a conexão das coisas. Tudo estará conectado. Carros autônomos e telemedicina, com cirurgias à distância. Monitoramento de câmeras, semáforos e segurança pública. Automação ainda maior na indústria e no ramo agrícola. Todos os dispositivos estarão interligados entre si, dentro de nossa casa. E, claro, espera-se uma melhora absurda na comunicação online, como vídeo chamadas e lives.

 

Ser negacionista desta tecnologia não é um bom caminho. Suas bênçãos são muito úteis ao nosso viver. Porém, é preciso um ponto de equilíbrio. Como já era no 4G, 3G ou até mesmo na internet discada. Cautela e canja de galinha não faz mal a ninguém. Enquanto estamos prestes à mergulhar na conexão 5G, no Reino Unido, por exemplo, há uma adesão aos antigos celulares. Aqueles tijolões mesmo. Justamente para fugir do excesso de conectividade.

 

Sabem de uma coisa? Dentro desta sociedade da conexão, onde o que hoje é o suprassumo da tecnologia e amanhã se torna algo obsoleto, há algo que dura sempre. Que é eterna. Que transpassa geração por geração. Que esteve presente na sociedade mais rústica. E que estará na sociedade mais tecnológica que o mundo ainda conhecerá. É a palavra de Jesus, a palavra do Senhor. Assim ele mesmo nos disse: “passará o céu e a terra, mas as minhas palavras jamais passarão” (Mateus 24.35).

 

Disto, podemos ter certeza. Se Deus disse, está falado. Mesmo que um dia a sociedade torne-se algo impessoal e robotizada, lá estará a igreja cristã. Seja qual for a conexão que regerá a tecnologia, a Palavra de Jesus estará sempre clamando: “Arrependam-se, pois, e convertei-vos para serem cancelados os vossos pecados” (Atos 3.19).

 

Então fica a dica: desfrutemos com sabedoria das conexões. Bem usadas, são bênçãos de Deus. E lembre-se: nada substitui o calor humano, nem mesmo o culto público. A tecnologia 5G certamente nos ajudará a espalhar ainda mais o nome de Jesus. Mas estar na Casa do Senhor é nossa identidade, como cristãos.

               

Pastor Bruno Serves

Congregação Evangélica Luterana Cristo (IELB)

Candelária-RS

quinta-feira, 10 de fevereiro de 2022

ALGUÉM ESTÁ OUVINDO

Algo inusitado tem acontecido com frequência. Pelo menos, era uma rápida constatação informal entre amigos. E, agora, reforçada por Peter Henway, que é consultor de segurança da Asterix. O fato é que alguns aplicativos, como o Facebook, tem um ouvido ativo para nossas conversas. Inclusive, quando nosso smartphone está quietinho em nosso bolso. 
De acordo com o especialista em segurança digital, há palavras chaves que servem de gatilho para a ativação do microfone. Estas informações podem ser utilizadas em serviço de marketing, como publicações de anúncios sobre produtos ou serviços relacionados à palavra chave. Confesso que já passei por esta experiência. Certo dia, na hora do chimarrão no fim de tarde, estávamos conversando sobre panela de pressão. E, para meu espanto, mais tarde, o que apareceu em forma de anúncio em meu Facebook? Panelas de pressão! Que hilário! E você, já passou por esta situação? Saber que há alguém nos ouvido e captando nossas informações pode até parecer espionagem. Mas, lembrem-se. Quando instalamos aplicativos estamos concordando em ceder informações como câmera, microfone, localização. Por outro lado, saber que estamos sendo ouvidos pode sim nos trazer uma sensação maravilhosa, de conforto e fortalecimento. E aí o assunto já não é mais aplicativos, mas aquele que nos ouve em todos os momentos. 
O Salmo 116, versículos 1 e 2, nos diz: "Eu amo a Deus, o SENHOR, porque ele me ouve; ele escuta as minhas orações. Ele me ouve sempre que eu clamo pedindo socorro". Há alguém que nos ouve. Em qualquer lugar. A qualquer momento. Ele ouve os gritos de alegria. Mas ele também ouve as mais silenciosas lágrimas. Sempre é tempo de orar. No trânsito, no escritório, no quarto, no corredor do hospital, na igreja. Se alguns aplicativos têm palavras chaves para ativar a captação do que falamos, na oração também há uma palavra chave. Melhor dizendo, um nome chave: Jesus. Ele é o Caminho Fora dele, não há salvação. Sem ele, é impossível chegar ao Pai. Com ele todo o nosso orar tem um destino certo: os ouvidos daquele que nos ama incondicionalmente. Sempre que orar, ore em nome de Jesus.
Então fica a dica: leia a Palavra e ore, na certeza de que o SENHOR nos ouve. Aplicativos captando nossas falas pode ser desconfortável. Mas grande conforto é saber que o SENHOR Deus ouve nosso orar, seja em voz alta ou em pensamentos. "Orem sempre" (1 Tessalonicenses 5.17). Pastor Bruno Serves - Congregação Evangélica Luterana Cristo (IELB) - Candelária-RS