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quinta-feira, 14 de setembro de 2023

FELIZES OS QUE CHORAM, POIS DEUS CONSOLARÁ

 Sempre que nos vemos diante de tragédias, logo afundamos nosso coração em questionamentos. Sejam tragédias pessoais, familiares ou de grande comoção, como está sendo para o Vale do Rio Taquari, no Rio Grande do Sul. É quase inevitável que surjam perguntas como “porque isto?”, ou “porque comigo?”. Por vezes, questionamos até mesmo a respeito da presença e da vontade do Senhor Deus diante destes fatos.

Poderíamos dar uma resposta rasa e comum. Deus quis assim. Ou, então, fazer a rápida associação de que, se tragédias aconteceram, é porque alguém mereceu ser punido. Mas aí lembramos do Evangelho de Lucas, capítulo 13. Galileus que foram assassinados enquanto adoravam a Deus. Ou os 18 homens que morreram tragicamente, quando uma pesada torre caiu sobre eles. Diante destes fatos, Jesus também fez perguntas. Não para achar culpados. Mas para nos ensinar a pensar diferente. Ele questionou assim: “Vocês acham que eles pecaram mais do que os outros para morrerem desta forma? Pensam que eles eram piores do que os outros moradores de Jerusalém? De forma alguma!”. E como não lembrar do apóstolo Paulo que, clamando a Deus pela cura de sua enfermidade, ouviu um não de Deus e uma resposta tão profunda e complexa: “a minha graça te basta” (2 Co 12). Mesmo com a graça de Deus transbordando em sua vida, ele precisou conviver com sua tragédia pessoal. E como não lembrar também dos discípulos de Jesus que, à exceção de João, foram cruelmente assassinados?

As enfermidades, perdas e tragédias nos acordam para uma triste realidade. O pecado arruinou toda a criação de Deus. Consequências disto? Nossa vida é frágil, finita, exposta a todos os tipos de males e aflições. A natureza, também arruinada, convulsiona e geme à espera da volta de Jesus. Mesmo que estejamos com os dois pés dentro do Reino do amor e da misericórdia de Deus, os dias se dão nesta vida onde tragédias e perdas são constantes.

A fé cristã não nos blinda dos males desta criação arruinada. Cristãos também choram. Perdem. Adoecem. Sofrem com o luto. Isto é real. O que é artificial e nocivo é a falsa ideia de que o crer nos coloca em uma caixinha de acrílico, garantindo prosperidade, curas e sucesso. Cristãos também são atingidos por alagamentos e enxurradas. Como também há cristãos que precisam passar por quimioterapias, uso de Rivotril, acompanhamento psicológico para enfrentar um pesado luto. O Reino que Jesus nos deu não é aqui. Pelo menos, por enquanto.

Então fica a dica: “Felizes as pessoas que choram, pois Deus as consolará” (Mt 5.4). Sim, eu sei. Parece tão paradoxal esta promessa de Jesus. Mas ela é para mim e para você. Vem, Senhor Jesus!

Pr. Bruno Serves

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